Diante da falta de informação a respeito dos casos de
falecimento de pacientes internados no Pronto-Socorro Municipal, o vereador
Antonio Carlos Aranha Ruas (PSD) vai encaminhar nesta quarta-feira, dia 25, ofício
ao prefeito Roberto de Jesus (PSDC), solicitando que ele determine à Secretaria
Municipal de Saúde um levantamento circunstanciado de todos os casos que
resultaram em óbito, ocorridos de dez anos para cá, ou seja, entre os anos de
2007 e 2016, abrangendo, se possível, o mês de janeiro do ano em curso.
O vereador considera importante que o relatório atente
para a discriminação quanto a: 1. Número de casos ocorridos no mês; 2. Causa
das mortes; 3. Eventual responsabilização pelos óbitos; 4. Providências
tomadas; e 5. Se as mortes foram devidamente comunicadas aos setores
competentes da Secretaria de Estado de Saúde e Ministério da Saúde.
MAIS DE DUAS MORTES A CADA TRÊS MINUTOS
ARANHA É PÓS-GRADUADO EM SAÚDE PÚBLICA |
Segundo Aranha, dados oficiais mostram que, a cada três
minutos, mais de dois brasileiros morrem em hospitais públicos ou privados como
consequência dos chamados ‘eventos adversos’, erros que geram danos ao paciente
durante o processo de cuidados como, por exemplo, troca de medicamentos ou
falta de higienização que pode causar infecção hospitalar.
Em 2015, considerando o sistema de saúde nacional -
público e privado -, os óbitos provocados por essas falhas foram estimados em
434,11 mil, ou 1,19 mil por dia, segundo pesquisa do Instituto de Estudos de
Saúde Suplementar (IESS) produzida pela Faculdade de Medicina da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG).
RESPONSABILIDADE
Há conclusões de que quase a totalidade de falhas que
acontecem dentro de hospitais não são por negligência, por erro nem de médicos
e enfermeiros ou de profissionais, mas associados a erro de planejamento, falta
de estrutura, de equipamentos e bom funcionamento das unidades de saúde.
“Por isso, entendemos que a população precisa ser
informada com números exatos e dados precisos. Fala-se que o nosso
Pronto-Socorro tem registrado um número crescente de óbitos, mas precisamos ter
esses dados de forma transparente, para que se possa avaliar os indicadores de
qualidade e segurança dos pacientes”, comenta Aranha.
Ainda de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde
(OMS), infecções hospitalares atingem cerca de 14% dos pacientes internados,
além de serem responsáveis por mais de 100 mil mortes no Brasil todos os anos.
São riscos iminentes de todos os que precisam passar por
algum procedimento hospitalar, já que as infecções, causadas por fungos,
bactérias ou vírus, ainda são realidade nas unidades de saúde brasileiras. Os
números são preocupantes, com a dificuldade de se comprovar a origem da
contaminação, já que é difícil saber se a infecção ocorreu após algum
procedimento no hospital ou se foi causada pelo próprio quadro clínico do
paciente.
Pós-graduado em Saúde Pública, explica o vereador que o
relatório será peça imprescindível para que ele possa desenvolver ações
posteriores na área de Saúde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário