Mais uma vez adiada na Câmara de Nanuque a votação do
polêmico Projeto de Lei (PL) nº 03/2017, autoria do prefeito Roberto de Jesus
(PSDC), que autoriza o Município a cobrar na Justiça dívidas dos contribuintes
com o Município. O principal foco da discussão recai sobre a cobrança do IPTU
(Imposto Predial e Territorial Urbano).
Na sessão desta segunda-feira (3), que deveria ter
colocado o projeto em votação, mais uma vez foi requerida vista do documento. O
vereador Antonio Carlos Aranha Ruas (PSD), que havia pedido vista na sessão
anterior, reafirmou sua posição contrária ao projeto, por entender que a medida
deve ser precedida de uma campanha de conscientização e ampla discussão com os
segmentos da sociedade, para explicar de forma mais detalhada a aplicação dos
recursos do IPTU, evitando-se a brutalidade de uma cobrança judicial e
negativação do nome dos contribuintes devedores nos órgãos de proteção ao
crédito.
"Entendo que não seríamos irresponsáveis em defender o calote de dívidas, mas a nossa população precisa ser tratada com um pouco mais de respeito, de consideração. Não vamos brutalizar as decisões. Nada melhor que o diálogo, a conscientização e a busca da melhor alternativa", disse Aranha.
Sidnei do Frisa (PPS) e Gilmar Alemão (SD) também já
manifestaram posicionamento contrário. Acredita-se que outros quatro vereadores
deverão acompanhar o voto pela derrubada do projeto.
PREFEITO EXPLICA
ROBERTO: USO DO WHATSAPP PARA DEFENDER O PROJETO |
Utilizando um grupo de relacionamento do aplicativo de
celular WhatsApp, o prefeito Roberto afirmou: “A cobrança judicial já existe desde que o Município existe. Há
inúmeros processos de execução judicial com relação a IPTU e outros créditos. O
governo atual não está inventando execução judicial; o projeto não trata disto.
Trata-se apenas de autorização para, caso necessário, protestar o título, e
isso temos discutido abertamente com todos os setores”.
E explicou, indagando: “Se você deve à Cemig, ela corta
sua energia; a Copasa corta sua água; IPVA, o estado te protesta; a União
insere seu nome no cadastro de inadimplentes. Temos uma dívida ativa em torno
de R$ 7.500.000,00. Qual cidade que queremos? A que faz de conta que faz e faz
de conta que recebe os seus créditos? Ou vamos mudar postura com a coisa pública?”
Prosseguiu: “Os maiores devedores da Prefeitura não são assalariados
não, se é que isso importa para alguns. Quem mais deve é quem ostenta posses.
Precisamos avançar dialogando, e não jogando com a nossa população”.
SIDNEI, ALEMÃO E ARANHA SÃO CONTRÁRIOS À "BRUTALIDADE" DO PROJETO |
O PROJETO
O projeto enviado pelo prefeito à Câmara deixa bem claro
já no artigo 1º, quando estabelece: “Fica o Poder Executivo Municipal
autorizado a enviar para protesto as certidões de dívida ativa dos créditos
tributários e não tributários do Município, constituídos na forma do Código
Tributário Municipal, independentemente do valor do crédito inscrito em Dívida
Ativa, bem como os títulos executivos judiciais condenatórios de quantia certa
transitados em julgado”.
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