quinta-feira, 15 de junho de 2017

MORTES NO PRONTO-SOCORRO: 5 MESES DEPOIS, PREFEITURA AINDA NÃO RESPONDEU PEDIDO DE INFORMAÇÕES



Em janeiro deste ano, o vereador Antonio Carlos Aranha Ruas (PSD) encaminhou ofício ao prefeito Roberto de Jesus (PSDC), solicitando que ele determinasse à Secretaria Municipal de Saúde um levantamento circunstanciado de todos os casos que resultaram em óbito no Pronto-Socorro de Nanuque, ocorridos de dez anos para cá, ou seja, entre os anos de 2007 e 2016, abrangendo, se possível, o mês de janeiro do ano em curso. Transcorridos cinco meses depois, a Prefeitura ainda não informou.

ARANHA TEM PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA
No documento, Aranha se baseava na falta de informação a respeito dos casos de falecimento de pacientes internados naquela unidade central de saúde. “Eu não entendo o porquê de tanta demora. Vou tentar mais uma vez, por meio de ofício. Se não for possível, terei de tomar outras providências”, disse ele, inconformado.

Quando encaminhou o ofício, Aranha discriminou as informações das quais necessitava:
1. Número de casos ocorridos no mês (mês a mês);
2. Causa das mortes;
3. Eventual responsabilização pelos óbitos;
4. Providências tomadas; e
5. Se as mortes foram devidamente comunicadas aos setores competentes da Secretaria de Estado de Saúde e Ministério da Saúde.


“A Prefeitura não pode e jamais deveria deixar de prestar essas informações, porque existe uma lei federal que assegura o acesso a tais informações, que é a lei da transparência. Não sei o que está acontecendo”, lamentou.

MAIS DE DUAS MORTES A CADA TRÊS MINUTOS


Dados oficiais mostram que, a cada três minutos, mais de dois brasileiros morrem em hospitais públicos ou privados como consequência dos chamados ‘eventos adversos’, erros que geram danos ao paciente durante o processo de cuidados como, por exemplo, troca de medicamentos ou falta de higienização que pode causar infecção hospitalar.

Em 2015, considerando o sistema de saúde nacional - público e privado -, os óbitos provocados por essas falhas foram estimados em 434,11 mil, ou 1,19 mil por dia, segundo pesquisa do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) produzida pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

RESPONSABILIDADE

Há conclusões de que quase a totalidade de falhas que acontecem dentro de hospitais não são por negligência, por erro nem de médicos e enfermeiros ou de profissionais, mas associados a erro de planejamento, falta de estrutura, de equipamentos e bom funcionamento das unidades de saúde.


“Por isso, entendemos que a população precisa ser informada com números exatos e dados precisos. Fala-se que o nosso Pronto-Socorro tem registrado um número crescente de óbitos, mas precisamos ter esses dados de forma transparente, para que se possa avaliar os indicadores de qualidade e segurança dos pacientes”.

Ainda de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), infecções hospitalares atingem cerca de 14% dos pacientes internados, além de serem responsáveis por mais de 100 mil mortes no Brasil todos os anos.

São riscos iminentes de todos os que precisam passar por algum procedimento hospitalar, já que as infecções, causadas por fungos, bactérias ou vírus, ainda são realidade nas unidades de saúde brasileiras. Os números são preocupantes, com a dificuldade de se comprovar a origem da contaminação, já que é difícil saber se a infecção ocorreu após algum procedimento no hospital ou se foi causada pelo próprio quadro clínico do paciente.

Pós-graduado em Saúde Pública, explica o vereador que o relatório será peça imprescindível para que ele possa desenvolver ações posteriores na área de Saúde.


Um comentário:

  1. Morei em Nanuque até 2005 e nessa época a população Nanuquense não passava aperto com a saúde pois tínhamos ótimos hospitais públicos e um excelente pronto socorro muito bem equipado. Tínhamos excelentes médicos. Hoje até onde eu sei a população que depende do atendimento médico público conta apenas com um pronto socorro. Ai fico me perguntando, como pode uma cidade do tamanho de Nanuque não ter um hospital público? Se antes tinha, o que fez extingui?. Eu tive ai visitando uma sobrinha que teve neném e fiquei horrorizada com o preço do cafezinho que era o valor de um almoço em um desses restaurantes.

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