domingo, 9 de abril de 2017

QUALIDADE DA CARNE CONSUMIDA EM NANUQUE DEVE SER INCLUÍDA NA PAUTA DAS PRÓXIMAS REUNIÕES DA CÂMARA


Como efeito de toda polêmica decorrente da operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal em março, que quase deixou o Brasil em maus lençóis no panorama das exportações, é quase certo que o problema da carne consumida em Nanuque e dos abates clandestinos deverá ser incluído entre os assuntos que serão relacionados na pauta das próximas reuniões da Câmara.


A questão é antiga e nunca esteve sob total controle da Vigilância Sanitária Municipal, muito menos dos órgãos fiscalizadores do estado de Minas Gerais e do Ministério da Agricultura. Agora, por se tratar de um problema que remexeu na preocupação das pessoas, é aconselhável que o governo municipal, em seu quarto mês de trabalho, dê a merecida atenção que a situação requer.

Se a Vigilância Sanitária, sozinha, não dispõe de ferramentas para entrar em ação, que se busquem parcerias com os governos estadual e federal para um vigoroso combate ao abate clandestino de animais.


EM NANUQUE A SITUAÇÃO MELHOROU MUITO, MAS O FANTASMA RONDA

Por ter sido alvo de ações do Ministério Público em parceria com a Prefeitura há alguns anos, quando se intensificaram as fiscalizações e adequação das casas de carnes aos rígidos padrões vigentes, a qualidade da carne vendida em Nanuque melhorou bastante. Muitos açougues da feira coberta ou mesmo do antigo mercado, além de estabelecimentos espalhados pela cidade, comercializam produto de boa qualidade, cumprindo as exigências legais, mas há informações de que o fantasma da carne clandestina não deixou de rondar as mesas das famílias.

É obrigação dos vereadores promover a discussão, de forma clara e objetiva. O abate clandestino de animais representa riscos ao consumidor, pela ingestão de alimentos de qualidade sanitária suspeita, além de gerar a contaminação do meio ambiente.


OBRIGAÇÃO DO MUNICÍPIO - O papel do Municípios, através da Vigilância Sanitária, é fundamental no combate ao comércio ilegal, na educação ambiental e do consumidor.

ABATES CLANDESTINOS - A carne pode ser considerada clandestina quando não é realizada a fiscalização pelo serviço de inspeção sanitária e quando há sonegação fiscal. O fornecimento de carne não inspecionada prejudica o controle de zoonoses e a segurança alimentar, além de causar uma série de doenças como toxoplasmose, teníase, cisticercose, brucelose e tuberculose.

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, pela Lei 8.137, a comercialização de produtos impróprios para consumo é crime, com pena de detenção de até cinco anos ou multa.

O abate clandestino representa um dos mais preocupantes fatores de risco à saúde pública, pela exposição a agentes infecciosos e parasitários, como aqueles que são transmitidos ao homem pelos animais, pela ingestão de alimentos de qualidade sanitária suspeita e pela contaminação do meio ambiente. 

Também representa um grande desafio para as autoridades sanitárias porque impede o controle sanitário e a rastreabilidade da carne, tanto na ausência de exame adequado das carcaças, quanto pela inobservância de normas e procedimentos sanitários durante a manipulação do animal, que ofende a legislação e o direito do consumidor. Trata-se de um crime contra os consumidores que precisa ser coibido com veemência pelos poderes públicos.

DOENÇAS - As doenças transmitidas por alimentos são responsáveis por significativos gastos públicos no Sistema Único de Saúde – SUS. A atuação do Serviço de Inspeção assume um papel importante na qualidade da saúde dos consumidores, seja através do combate a produção e comercialização de alimentos de origem clandestinos, como pelo aumento da oferta de produtos inspecionados pelas fiscalizações higiênico-sanitários.


Perigo à mesa:
30% da carne consumida no Brasil é clandestina


Dados da Organização Não-Governamental Amigos da Terra revelam que 30% da carne brasileira vem de abate clandestino. O preço, que chega a ser 40% mais em conta, garante o sucesso do negócio. Barato, entretanto, que sai caro, já que o produto é impróprio para o consumo e pode até matar.


Para assegurar a procedência do alimento consumido, o mais importante é sempre procurar o selo de inspeção e ler as informações presentes no rótulo. Se houver alguma inconsistência nesses dados, o comprador deve desconfiar.

Larvas
Um dos problemas mais comuns ao consumir a carne sem os devidos cuidados é a toxinfecção alimentar, infecção adquirida por meio do consumo de alimentos contaminados por bactérias ou toxinas. A teníase é outro risco resultante das más condições sanitárias. A doença, causada por parasitas, geralmente é transmitida pelo consumo de carne contaminada com cisticercos (larvas do verme). Quando mal cozida ou assada, pode causar sérios riscos ao organismo, entre eles problemas nervosos e cegueira.

Tem mais. Os produtos obtidos a partir do abate clandestino podem ser também vetores das doenças transmitidas pelos animais, como a tuberculose e brucelose. Os abates clandestinos são efetuados em locais impróprios, sem estrutura adequada e sem higiene. Há riscos de contaminação ambiental, propagação de vetores transmissores de doenças e prejuízo à saúde pública.

Alguns problemas que a carne contaminada pode causar:

Salmonela – Conhecida vulgarmente como salmonela, trata-se de um reino de bactérias que causa infecção. Sintomas podem variar de dor de cabeça à forte diarreia. A desidratação pode levar à morte.

Escherichia Coli – É uma bactéria presente no intestino dos humanos e alguns animais. Existem vários tipos desta bactéria e, se ingerido outro tipo deste micro-organismo a saúde pode ser afetada negativamente. Podem aparecer sintomas como dor de estômago, vômito e até diarreia com presença de sangue.

Teníase – É uma doença causada por parasitas que habitam o estômago de animais. Quando contaminada a carne – e consumida mal passada ou crua – pode ser repassado para o ser humano. O parasita pode passar do intestino para a corrente sanguínea e se alojar no cérebro, olhos, pele ou músculos – inclusive do coração – podendo conferir ao portador quadro de cegueira definitiva, convulsão ou, até mesmo, óbito.

Dicas valiosas para a hora de comprar carne



Carne bovina:

– Deve ser vermelha, sem manchas ou pontos escuros, e com consistência firme.
– Se estiver congelada e soltando água ou um pouco mole, não compre.
– A carne deve ser moída na presença do comprador. Se for moída previamente, deve estar embalada com rótulo e carimbo de inspeção federal ou estadual. Se estiver sem registro, há o risco de ser uma mistura de sebo, pelancas e aditivos químicos que garantem a cor.
– Observe sempre os dois lados da carne, pois pode estar bonita por cima e ruim do outro lado.
– Preste atenção nas condições de limpeza da superfície onde a carne é cortada, pois o líquido que fica de um pedaço pode contaminar outro.
– Nunca compre carne bovina em feiras-livres, pois geralmente são de procedência clandestina e podem transmitir doenças.

Carne suína:

– Nunca compre se estiver com bolinhas brancas, popularmente chamadas de ‘canjiquinha’, pois isso indica que o animal estava infestado por cistos de Tênia, que podem contaminar o consumidor.
– A carne deve estar com consistência firme, não amolecida e nem pegajosa.
– Assim como a carne bovina, não deve ser adquirida em feiras-livres.

Carne de aves:

– Deve estar bem aderia aos ossos, com cor amarela pálida, um pouco rosada, e com consistência firme.
– Só compre miúdos (fígado, coração, moelas) se estiverem conservados com sistema de refrigeração, pois, caso contrário, podem entrar em decomposição facilmente.
– Não compre carne de aves congelada que apresente embalagem danificada e com água ou sangue.

Embutidos e frios:

– Os produtos à base de carne, como salsichas, presunto, linguiças, mortadelas, e outros, são altamente perecíveis e devem ser mantidos sob refrigeração constante.
– Nunca compre se estiverem amolecidos, soltando algum líquido, com superfície úmida ou qualquer tipo de mancha.
– Os produtos enlatados, depois de abertos, devem ser guardados em outro recipiente; a lata deve ser jogada fora.
– Quanto vendidos já fatiados, as embalagens devem constar informações sobre o fabricante, o estabelecimento onde foram fatiados, bem como data do fatiamento e prazo de validade.

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