APENAS 1 VEREADOR
POSICIONA-SE CONTRÁRIO
ARANHA: O QUE FIZERAM FOI UM ABSURDO |
Em tempo recorde, na onda do “vapt-vupt”, a Câmara de
Nanuque fez em dois dias (48 horas) o que normalmente não faz em dois meses:
mexeu em um artigo da Lei Orgânica, uma espécie de “Constituição Municipal”, aprovada
há 30 anos, para adequá-lo a uma conveniência de momento, e logo em seguida aprovou
a doação da Praça dos Estudantes ao Estado de Minas Gerais, para construção de
uma sede da Delegacia Regional da Polícia Civil.
A decisão pegou a população de surpresa. Na opinião do
vereador Antonio Carlos Aranha Ruas (PSD), o povo não foi consultado. “Fazem
audiência pública disso e daquilo, anunciam reunião até para discutir o sexo
dos anjos, e na hora de se tomar uma decisão tão importante, que afeta a
história e o bom funcionamento da cidade, fazem as coisas na calada da noite”,
disse ele.
“PASSARAM POR CIMA DE TUDO”
Aranha viajou no fim de semana passado para Belo
Horizonte, onde cumpriria agenda de trabalho na segunda-feira (26), terça e quarta.
“Desconfio de um oportunismo perverso, da parte que elaborou o projeto, por trás
disso tudo. Acho que, exatamente pelo fato da minha viagem à capital, mandaram
às pressas esses projetos para a Câmara."
Prossegue: "Veja o absurdo: o Projeto de Lei nº
24/2017 e o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 001/2017, assinados pelo prefeito dia 26 de junho, foram enviados para a Câmara no
mesmo dia e, já na quarta, dia 28, foram votados e aprovados. Passaram por cima de
tudo, passaram por cima do Regimento Interno, passaram por cima dos prazos
legais. Normalmente, a tramitação normal e legal de um projeto leva em torno de
15 dias, 20 dias. Eu, por exemplo, sou membro da Comissão Interna Permanente de
Redação, Justiça e Legislação, que tem a função de analisar o texto dos projetos
para emissão de parecer. Nem sequer fui consultado”.
ÚNICA PRAÇA CENTRAL
DO LADO DIREITO DA CIDADE
Em local nobre do centro de Nanuque, a praça ocupa a
quadra entre as ruas Itambacuri (em frente ao Colégio Santo Antônio), Araçuaí
(ao lado da Escola Estadual Governador Bias Fortes), Lambari (ao lado da Igreja
São José Operário) e Viçosa. A última grande obra de urbanização foi feita em
1974 pelo então prefeito Geraldo Romano. Depois, vários prefeitos anunciaram
melhorias, mas muito pouco ou quase nada foi feito. É o único logradouro
público no formato de praça situado à margem direita do Rio Mucuri.
QUESTIONAMENTO NA JUSTIÇA
Quando o vereador desembarcou na Rodoviária nesta quinta-feira (29) pela manhã, já era tarde demais. Inconformado, durante todo o dia ele
manteve contato com pessoas ligadas à Igreja Católica, Colégio Santo Antonio,
Escola Bias Fortes, academias de ginástica situadas nas proximidades e moradores.
“A insatisfação é grande por parte do povo. Vamos derrubar essa lei na Justiça!
As pessoas estão entendendo isso como uma traição. Estão matando a história de
Nanuque, como fizeram no passado. Mas não vamos deixar assim. Iremos até o fim
no questionamento dessa decisão absurda!", garantiu o vereador.