sábado, 10 de junho de 2017

ARANHA DIZ: “SÃO MAIS QUE JUSTAS E MERECIDAS AS HOMENAGENS PRESTADAS A DR. IVAN CLARET"

Na semana passada, dois eventos homenagearam o médico, ambientalista e escritor Ivan Claret Marques Fonseca: em Nanuque, durante a reativação do projeto “Lagoa Viva”, na Lagoa dos Namorados, foi anunciada o lançamento da “Comenda Dr. Ivan – Prêmio Global 500 da ONU”, destinada a homenagear personalidades locais; e, em Teófilo Otoni, a Academia de Letras e o Instituto Histórico e Geográfico do Mucuri (IHGM) lhe conferiram a Medalha Comemorativa do Centenário do Historiador Nelson de Figueiredo.

DR. IVAN E ARANHA:
PARCEIROS EM AÇÕES
DE DEFESA AMBIENTAL

O vereador Antonio Carlos Aranha Ruas, que durante anos foi parceiro de Ivan em eventos ambientais e esportivos em Nanuque e região, diz que “todas as homenagens prestadas ao Dr. Ivan Claret são mais que justas e merecidas. Foi um homem à frente do seu tempo, preocupado com a natureza e com a vida humana no planeta Terra. Quando ninguém falava em preservação ambiental ou achava que isso era assunto inútil, Dr. Ivan já nos alertava para o problema. Fico feliz quando vejo essas iniciativas”.

Ivan faleceu dia 12 de fevereiro de 2013, aos 74 anos. Sua principal honraria foi o Prêmio Global 500 de Ecologia, concedida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1990.


Dr. Ivan nasceu dia 11 de julho de 1938 em Santo Estevão (BA), passando a residir em Nanuque em 1965. Paralelamente à medicina, sempre foi um inquieto defensor da natureza, com vários textos publicados em jornais e revistas, além de livros. Em julho de 1975 publicou seu primeiro livro – “Pastagens  Melhoradas” – julho de 1975. Daí por diante, foram 104 livros, a metade sobre Ecologia e os restantes  sobre Medicina Preventiva, História e Filosofia. Publicou, também, 380 folhetos com tiragem de cerca de 1.000 exemplares cada, dos quais mais da metade sobre Ecologia.

HOMENAGEM DA ACADEMIA DE LETRAS
DE TEÓFILO OTONI E IHGM
Em sua trajetória, vale assinalar: membro do Colégio Brasileiro de Cirurgiões; membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais; membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores; homenageado pelo Lions Clube de Nanuque, como membro honorário em 1975; pelo Rotary Club de Nanuque, em 1995; pelas Lojas Maçônicas  Grande Oriente do Brasil e Estrela do Mucuri, em 1995.

HOMENAGEM DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
Desde quando chegou a Nanuque, adquirindo propriedade rural, jamais praticou queimada em suas terras, propiciando o surgimento das essências da Mata Atlântica. Em 1973, começou a publicar textos de conteúdo ecológico e promover campanhas de conscientização contra o desmatamento, queimadas, uso indiscriminado de inseticidas e fungicidas, campanhas de arborização urbana, de proteção de nascentes e rodovias, dedicando-se especialmente à conservação do solo e preservação dos remanescentes da Mata Atlântica; campanhas contra o cigarro e prevenção de acidentes de trânsito.

Através da Fundação Ecológica “A Mão que Semeia”, editou durante muitos anos o boletim ecológico. Realizou centenas de palestras em escolas do Município e em universidades do País, além de entrevistas à imprensa, tendo participado de programas como Globo Rural, Globo Ecologia, Gente que Faz e outros na emissora de TV local e em nível nacional, além de reportagens nas revistas Veja e Manchete.

MATÉRIA DA REVISTA MANCHETE
Desde 1990, percorreu o Brasil, América Latina, Europa, China, Egito e Israel, cerca de 180.000 km de avião e 130.000 km de carro, ônibus, barco e trem, divulgando o trabalho e a preservação ambiental. Em 1975, criou um parque ecológico, com área de 5,5 hectares, com cerca de 200 espécies e variedades de plantas que doou à Prefeitura Municipal de Nanuque, em 1979, para servir ao ensino de Educação Ambiental às crianças de Nanuque. Idealizou e construiu, em 1973, o Museu Regional de Nanuque, com a colaboração da Prefeitura Municipal.

Em 1990, com recursos próprios, construiu o Museu de Ecologia, com área de 108 m2, reunindo milhares de publicações sobre ecologia e meio ambiente. Depois de tantas atividades, em 1990, finalmente, seu trabalho foi reconhecido em nível internacional, quando recebeu o Prêmio Global 500 da ONU para o Meio Ambiente. Ainda em 1990, construiu um trailer para a divulgação de mensagens ecológicas e distribuição de folhetos educativos, informativos e de divulgação do trabalho ecológico.

Durante décadas, sempre se preocupou em plantar uma área de 20 hectares, nas proximidades do povoado de Vila Gabriel Passos, com milhares de árvores nativas, frutíferas e ornamentais.

Em 1996, apresentou trabalhos e proferiu palestras na Universidade de Tampere, XX Congresso Florestal de Tampere, na Universidade de Turko e Unicef, em Helsink-Finlândia,  e na Universidade Latino Americana, em Berlim. Visitou a China, em 1997, a convite do Departamento de Ciências e Tecnologia do Governo.
Também em 96, construiu uma barragem em sua propriedade, em regime de mutirão, para a criação de peixes, com 24.000 m2, e produzindo centenas de quilos de peixe/ano, a fim de incentivar crianças à prática da pesca, fornecendo anzol e linha, incentivando, também, a construção de outras pequenas barragens na região.


Em 1997, construiu o Museu Homo Sapiens, contendo um resumo da cultura humana, com peças em concreto. No mesmo ano, construiu o Mosteiro Franciscano Ecológico para educação ambiental, em regime de mutirão, com doações de amigos.

Em 2000, construiu uma Pirâmide em concreto, com 36 m2, como local de meditação. Em 2000, conseguiu com vizinhos a criação de uma reserva da Mata Atlântica junto ao mosteiro com área de 20 (vinte) hectares. Entre 2001 e 2004, construiu em granito réplicas do Mausoléu, da Kaaba em homenagem ao Maometanismo e do Muro das Lamentações em homenagem ao Judaísmo, e a Capela da Paz.

Foi agraciado com a Comenda do Município de Nanuque – o Título de “Cidadão Honorário”.

Outra grande contribuição foi o livro de sua autoria – “Nanuque – Seu Povo, Sua História”, editado em 1986, que conta a história da fundação do Município, desde a chegada dos primeiros moradores, datas históricas, ressaltando a economia da região, os primeiros habitantes indígenas, abertura da estrada de ferro Bahia/Minas,  dados geográficos, informações das diversas áreas de interesse e prestação de serviços, pessoas influentes, documentos e fotos antigas. Continua representando a mais completa fonte de pesquisa bibliográfica para estudantes e os órgãos oficiais.

EM 2011, ARANHA PROPÔS ATUALIZAÇÃO DO LIVRO


Em novembro de 2011, Aranha, em seu primeiro mandato de vereador, chegou a apresentar na Câmara uma Indicação cobrando apoio e destinação de recursos para viabilizar nova edição – revista e atualizada – do livro.

Na época, ele sugeriu criar uma comissão especialmente designada para tal incumbência, sob a coordenação do autor do livro, formada por pessoas como o ex-prefeito Antonio Pereira Louzi, pessoa conhecedora de aspectos ligados à nossa história; professores da área de Ciências Humanas, como Joan Carvalhais, Maria da Conceição Schieber, Ademir Rodrigues de Oliveira Junior e outros; pessoas que vivenciaram nossa história, como Manoel Borges Gomes, o conhecido “Marraia” (falecido recentemente), Laerte Souza Gomes;  a educadora Geilda Santos; o cantor e colunista do jornal Objetivo, Arnaldo Francisco, o Nadinho, filho do pioneiro Francelino Francisco, e pessoas citadas pelo autor por terem colaborado na primeira edição, como o fotógrafo e ex-vereador Édem Almeida Rocha, o conhecido “Guará”, e Zélia Aparecida Miranda.

EX-PREFEITO LOUZI E A PROFª GEILDA:
ENTRE OS NOMES CITADOS PARA
UM TRABALHO DE ATUALIZAÇÃO
DO LIVRO DE IVAN CLARET
O livro de Dr. Ivan é o mais amplo trabalho utilizado como fonte de consulta para aspectos relacionados à história de Nanuque.

Em nota introdutória da época, o autor escreveu: “Há muitos anos que me intrigava a falta de um livro que contasse a história de Nanuque. A sua história existe, porém, toda fragmentada em diversas fontes. Por isso, nos propusemos a apresentá-la, procurando juntar o que diziam as mais diversas fontes históricas”.

Como se verifica nas páginas da obra, as informações contidas naquela primeira edição abrangem desde a colonização do Vale do Mucuri, a fundação e emancipação de Nanuque, até o ano de 1985. Na lista de prefeitos, o último administrador mencionado é José de Carvalho Caires, que governou Nanuque de 1983 a 1988, bem como a 9ª composição da Câmara Municipal de Nanuque, que já está em sua 18ª Legislatura.


<> 

Nenhum comentário:

Postar um comentário